2008, um ano estranho. Conheci pessoas com quem não conseguiria lidar há algum tempo, conheci pessoas que podem ser muito importantes para mim, conheci lugares que nunca havia conhecido, conheci emoções que renegava a qualquer custo e conheci um Molinsky pior. Conheci, conheci, conheci. Mas é um ano vivido dentro da mente como nenhum outro. Foram as coisas que mais conhecia que me causaram as experiências mais fortes. A quase perda de um alicerce da minha vida e retorno de algo logo no início deste ano.
Na verdade, o reencontro mais estranho da minha vida. Me fez questionar sobre o tempo. Falando sobre tempo e este ano que não acabou, preciso falar do meu passado recente.
Meu ano de 2007 foi declaradamente o pior da minha vida. Afirmação 100% verdadeira. Porque, apesar de não perder aquilo que mais prezo, acarretou problemas que quase mataram uma das duas pessoas que mais amo. E, francamente, quase mandei as pessoas que falaram "não é tão ruim assim" tomarem no cu - poxa, eu sei o que sinto. Não preciso falar das experiências negativas do ano passado. Porque, apesar de todas as perdas, dores, mudanças e decepções que senti, também não posso compartilhar todas as lições que aprendi. Foi um retorno às origens para um novo crescimento. E aprendi a valorizar ainda mais o que sempre coloquei como meu principal alicerce: minha família. Ou seja, ainda me sentia mais rico do que muita gente. Quantas pessoas não gostariam de estar no meu lugar para se sentir bem em sua prórpia casa, sem ter aquele desejo ansioso (porém natural) de morar sozinho? E olha que tenho uma vizinha que dá festa de madrugada até quando não há energia elétrica...
Depois desta breve contextualização, dá para entender quando adotei a política de me manter sozinho e dar tempo ao tempo. A verdade é que fiquei bem sozinho mesmo, mas contra a minha vontade. O bom disso é que encontrei ao meu lado meus verdadeiros amigos. Nenhuma surpresa nos nomes que estavam lá, só achava que ia ter mais gente. Me surpreendi mesmo foi com as pessoas que conheci e se aproximaram de mim voluntariamente. E eu na merda.
Eu não tinha espaço para guardar muita coisa, seja no armário ou dentro de mim. Então eu fui limpando tudo. Queria que no futuro eu estivesse melhor, mas precisava facilitar a vinda deste amanhã. Pois é, tudo no seu tempo. Ele mata tudo. Ou cura tudo? Fiquei na dúvida. Já havia escutado as duas expressões. "O tempo mata tudo" e "Tenha paciência, o mundo dá voltas... o tempo cura tudo, meu filho". Porque, logo depois que 2008 começou, reencontrei simplesmente a pessoa que despertou as mais fortes emoções que senti na vida. E não é que senti tudo novamente depois de (forcei a memória) cinco anos sem nenhuma notícia? E nem me lembro quando eu tinha conversado com a pessoa pela última vez.
Quer dizer, lá estava eu! De frente para o Elísio, mas diferente. Tive um conflito, claro. Não era para sentir aquilo. Será que o tempo não funciona para certas coisas? O engraçado é que a minha irmã, que me acompanhou nas mais insanas experiências conflituosas do meu ser, estava ali presenciando aquele meu momento de surpresa. Aliás, foi a primeira vez que a "mana" viu a responsável pelo meu desequilíbrio. Foi um choque para me sentir vivo. Voltei para Belo Horizonte diferente. Se eu sempre fui mais reflexivo, este ano passei a vida mais dentro da minha mente. E preocupado. Teria eu que ter mais paciência?
Infelizmente não tive muito tempo para refletir.
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Post Script: uma pessoa que conheci e estendeu a mão em 2007 foi uma nutricionista que tem um baita talento para psicologia. Talvez ela não tenha muita noção do que fez, mas me motivou muito. Ela foi muito importante para a minha irmã também, acredito eu. Só espero que, com tanto altruísmo, pessoas não abusem da boa fé que ela tem.
Um comentário:
"O tempo mata", "o tempo cura", "o mundo dá voltas"... Que tal "o tempo despista"? Quanto à nutricionista, ela parece saber se cuidar ;D
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